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Medicina Legal de Costa Rica - Edición VirtualVol. 34 (2), Setiembre 2017. ISSN 1409-0015
REVISIÓN
LA TUBERCULOSIS EN EL CÁRCEL: UN RETRATO DE LAS ADVERSIDADES
DEL SISTEMA PRISIONAL BRASILEÑO
A TUBERCULOSE NO CÁRCERE: UM RETRATO DAS MAZELAS
DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO
Bárbara Carollo de Almeida Winter*
Rodrigo Grazinoli Garrido**
RESUMO:
Tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa que tem na forma pulmonar a maior importância clínica e epidemiológica.
O Brasil apresenta alta incidência de TB, ocupando o 20º lugar no mundo e a situação entre as pessoas privadas de liberdade
(PPL) é ainda mais grave. Por meio de pesquisa exploratória quali-quantitativao, buscou-se analisar o atual panorama da
tuberculose no Brasil, com ênfase no sistema prisional. Na prisão, o desenvolvimento da TB é favorecido pela superlotação,
nutrição precária, más condições higiênico-sanitárias, além de altas taxas de comorbidades. Assim, a incidência de TB entre
PPL é cerca de 31 vezes superior ao noticado extramuros, colocando-as entre o grupos mais vulneráveis, equiparadas às
pessoas vivendo com HIV. Este fato torna-se ainda mais preocupante quando se reconhece que o Brasil é o quarto país com
a maior população prisional do mundo e com taxas crescentes de aprisionamento. Deve-se ter em mente que a população
intramuros não está completamente isolada, tornando-se fonte de transmissão da tuberculose para o restante da população,
através de visitas, transferências e contato com os prossionais do presídio. Diversos programas tiveram relativo êxito em
reduzir o índice de incidência da tuberculose nos últimos anos, contudo, para as PPL as mazelas ainda se mantêm, tornando
o sistema prisional um verdadeiro reservatório de tuberculose.
PALAVRAS-CHAVE: execução penal, prisão, saúde de prisioneiros
* Biomédica
** Bimédico; Graduado em Segurança Pública; MSc; PhD;
Jovem Cientista do Nosso Estado - FAPERJ
Perito Criminal, Diretor do IPPGF
Professor Adjunto de Medicina Legal - FND/UFRJ
Professor Adjunto do Mestrado em Direito - UCP
e-mail: grazinoli.garrido@gmail.com
Recibido para publicación: 06/07/2017 Aceptado: 08/08/2017
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ABSTRACT
Tuberculosis (TB) is an infectious disease that has the greatest clinical and epidemiological importance in
pulmonary form. Brazil has a high incidence of TB, occupying the 20th place in the world and the situation among
people deprived of liberty (PPL) is even more serious. Through exploratory qualitative-quantitative research, we
sought to analyze the current panorama of tuberculosis in Brazil, with emphasis on the prison system. In prison,
the development of TB is favored by overcrowding, poor nutrition, poor hygienic-sanitary conditions, and high
rates of comorbidities. Thus, the incidence of TB among PLWA is about 31 times higher than reported outside
the city walls, placing them among the most vulnerable groups, equal to those living with HIV. This fact becomes
even more worrying when one recognizes that Brazil is the fourth country with the largest prison population in the
world and with increasing rates of imprisonment. It should be borne in mind that the intramural population is not
completely isolated, becoming a source of transmission of tuberculosis to the rest of the population through visits,
transfers and contact with prison staff. Several programs have been relatively successful in reducing the incidence
of tuberculosis in recent years; however, for PPLs the adversities still remain, making the prison system a true
reservoir of tuberculosis.
KEY WORDS: prison execution, prison, prisoner health
RESUMEN
La tuberculosis (TB) es una enfermedad infectocontagiosa que tiene en forma pulmonar la mayor importancia
clínica y epidemiológica. Brasil presenta alta incidencia de TB, ocupando el 20º lugar en el mundo y la situación
entre las personas privadas de libertad (PPL) es aún más grave. Por medio de una investigación exploratoria
cuali-cuantitativa, se buscó analizar el actual panorama de la tuberculosis en Brasil, con énfasis en el sistema
penitenciario. En la prisión, el desarrollo de la TB es favorecido por el hacinamiento, la nutrición precaria, las
malas condiciones higiénico-sanitarias, además de altas tasas de comorbilidad. Así, la incidencia de TB entre PPL
es aproximadamente 31 veces superior al noticado extramuros, colocándolos entre los grupos más vulnerables,
equiparados a las personas que viven con el VIH. Este hecho se vuelve aún más preocupante cuando se reconoce
que Brasil es el cuarto país con la mayor población prisional del mundo y con tasas crecientes de encarcelamiento.
Se debe tener en cuenta que la población intramurosa no está completamente aislada, convirtiéndose en fuente de
transmisión de la tuberculosis para el resto de la población, a través de visitas, transferencias y contacto con los
profesionales de la cárcel. Diversos programas tuvieron éxito en reducir el índice de incidencia de la tuberculosis
en los últimos años, sin embargo, para las PPL las adversidades aún se mantienen, haciendo que el sistema
penitenciario un verdadero reservorio de tuberculosis.
PALABRAS-CLAVE: ejecución penal, prisión, salud de los prisioneros
1. Introdução
A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Apesar da existência de
formas extrapulmonares, é a forma pulmonar a mais estudada e a de maior importância clínica e epidemiológica. Esta
doença apresenta amplitude mundial, recebendo estimativamente 10,4 milhões de casos novos em todo o mundo no
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ano de 2015
1
. No entanto, é notável sua maior incidência nos países em desenvolvimento por se tratar de uma doença
diretamente relacionada às áreas de grande concentração populacional e precárias condições socioeconômicas e
sanitárias
2
.
O Brasil ocupa o 20º lugar no mundo, revelando, a cada ano, aproximadamente 70 mil novos casos e 4,6 mil mortes
3
.
Esses dados permitem identicar a tuberculose como um sério problema de saúde pública no país e essa situação
agrava-se quando o foco de análise passa a ser o sistema penitenciário brasileiro.
Há três fatores que podem determinar a transmissão da tuberculose: o estado imunológico do doente, o ambiente
em que ele está inserido e a duração de exposição ao bacilo
4
. Tais fatores são comumente encontrados no ambiente
prisional o qual é marcado por fragilidades, como superlotação e ventilação deciente, nutrição precária, más condições
sanitárias e higiênicas, além do consumo de drogas, das doenças associadas e do precário serviço de saúde
5
. A alta
taxa de incidência e prevalência de TB nos presídios é ainda aumentada pela grande mobilidade dos presos entre as
unidades prisionais favorecendo a transmissão da doença
6
.
Nas prisões brasileiras, a incidência de TB reportada em 2013 foi de 1.080/100.000, índice 31 vezes superior ao
noticado entre a população livre, 35/100.000
7
. Esses dados mostram que a população dos presídios brasileiros
apresenta maior risco de exposição aos bacilos de TB, de infecção e estabelecimento da doença quando comparada
à população em geral. Dessa forma, é importante que haja o desenvolvimento de estratégias de saúde para combater
a propagação da doença no sistema carcerário brasileiro.
Por meio de pesquisa exploratória quali-quantitativa, desenvolvida a partir de documentação indireta de fontes
secundárias como livros, artigos e site, e de fontes primárias como a legislação pertinente, além de levantamento de
dados do Ministério da Saúde, o artigo procurou analisar a atual situação da TB entre brasileiros, principalmente entre
aqueles privados de liberdade.
2. Tuberculose
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa com evolução crônica acarretada pela bactéria Mycobacterium
tuberculosis
8
. Apesar da existência de formas extrapulmonares, a forma pulmonar é a mais estudada e a de maior
importância clínica e epidemiológica por ser responsável pela maioria dos casos de tuberculose.
O Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis) se originou aproximadamente há 150 milhões de anos
9
, mas foi a
partir dos séculos XVIII e XIX que a tuberculose expandiu-se, tornando-se uma importante epidemia. Conhecida como
“peste branca”, neste período observa-se a associação da doença às condições socioeconômicas como à ausência
de saneamento básico, má nutrição e superlotação
10
. Esses agravos surgem com o início da revolução industrial em
1760 e, nesse momento, a tuberculose passa a ser responsável por um quarto das mortes na Europa
11
.
Após a contribuição de alguns estudiosos que se dedicaram ao tema, o famoso bacteriologista Robert Koch consegue,
em 1882, isolar o agente causador da tuberculose, identicando o bacilo
9
. Contudo, apesar das signicativas melhorias
na saúde pública10, é a partir da década de 1940 que se observa considerável queda na mortalidade por TB, em
virtude da implementação da quimioterapia
12
.
No entanto, a tuberculose não foi erradicada e, a despeito dos avanços terapêuticos e melhorias socioeconômicas,
ainda se constata alto índice de incidência e prevalência da doença. Cerca de 1,8 milhões de pessoas morreram de
tuberculose em 2015, sendo a TB uma das 10 principais causas de mortes no mundo
13
.
A transmissão de tuberculose ocorre de pessoa a pessoa por via aérea a partir da inalação de gotículas expelidas
pelo paciente com a doença. São apenas infectantes os bacilíferos, ou seja, os portadores da doença que expelem
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os bacilos de TB em forma de aerossóis ao falar, tossir ou espirrar. Dessa forma, a TB não é transmitida por apertos
de mão, compartilhamento de alimentos ou bebidas, utensílios de cozinha, contato com roupa de cama e sanitários
ou pelo beijo
8,14
.
O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse persistente, podendo ser seca ou produtiva, com expectoração
purulenta ou mucoide, com ou sem sangue
15
. Sendo assim, recomenda-se investigar todos os casos de sintomatologia
respiratória por três semanas ou mais, febre vespertina, entre outros sinais e sintomas iniciais característicos de TB
15
.
Para o perfeito diagnóstico, o paciente deve ser encaminhado para o exame bacteriológico e radiológico
16
. Também
são analisados possíveis contatos do indivíduo com portadores de tuberculose, história de tratamento anterior para
a doença e o enquadramento a um dos grupos de risco para o desenvolvimento da doença
17
. Sendo assim, para o
ecaz controle da tuberculose na sociedade é necessário realizar um diagnóstico rápido e precoce, devendo ter alta
sensibilidade, alta especicidade e alto valor preditivo positivo
16
.
No ambiente prisional, a prioridade é a busca dos casos bacilíferos a partir da persistência de tosse pelo encarcerado
por mais de duas semanas. Contudo, para que se haja um eciente controle e redução da tuberculose nesse meio
é necessária a realização de busca no momento do ingresso e também buscas ativas periódicas, com o objetivo de
diminuir a fonte da infecção
17
. Nos casos de TB ativa conrmada no cárcere, indica-se a procura pelos contatos com
o objetivo de detectar outros possíveis casos de TB ativa e interromper a cadeia de transmissão
17
.
A tuberculose pode ser completamente curável, mas para que isso ocorra, o paciente deve seguir com o tratamento
até o m e ser responsivo aos medicamentos de escolha
18,19
. Dessa forma, um dos motivos para o alto índice de
mortalidade por TB seria a falta de adesão do paciente ao tratamento, o que também aumenta o índice de incidência
e o aparecimento de bacilos multirresistentes
18
.
O tratamento da tuberculose envolve medicamentos de primeira e de segunda escolha e dura no mínimo 6 meses,
podendo perdurar por até 2 anos em pacientes com resistência aos medicamentos
19,20
. Após 15 dias de tratamento,
o paciente passa a ser considerado não infectante começando a sentir a melhora dos sintomas. Essa é, muitas
vezes, a causa do abandono do tratamento, uma vez que o indivíduo acredita já estar curado. Essa ação provoca o
reaparecimento dos sintomas da doença e o paciente volta a ser transmissor dos bacilos
19
.
Outro grande problema relacionado à TB é o estado de coinfecção, no qual o indivíduo apresenta duas ou mais doenças
concomitantemente. Esse quadro, em HIV positivos, pode se tornar alarmante, considerando-se a possibilidade do
sistema imunológico apresentar-se ainda mais debilitado
21
.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 5 a 15 % dos 2-3 milhões de infectados por TB irá
desenvolver a doença ao longo de sua vida. No entanto, a probabilidade de desenvolver TB é maior entre os indivíduos
coinfectados pelo HIV22. Em 2015, houve no mundo 1,2 milhões de casos novos de coinfecção TB-HIV e 0,4 milhões
de mortes entre os indivíduos soropositivos
22
. No Brasil, ainda em 2015, dos apenas 68,9% casos novos de TB que
foram testados para HIV, 9,7% corresponderam-se a pessoas com a coinfecção TB-HIV3.
A coinfecção TB-HIV causa grande impacto na mortalidade por AIDS e por tuberculose no Brasil e de acordo com a
OMS, em 2011, as pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA) apresentam cerca de 21 a 34 vezes mais chances de
desenvolver tuberculose ativa do que a população geral
23
. Dessa forma, preconiza-se realizar, independentemente da
conrmação bacteriológica, o teste rápido anti-HIV em todas as pessoas com tuberculose
15
.
De forma geral, a partir dos anos 1993, a OMS passou a considerar a tuberculose como uma emergência global
e, desde então, algumas ações foram criadas a m de combater a propagação da doença. Atualmente, o Global
Tuberculosis Report de 2016 apresentou duas novas estratégias para a eliminação de TB tendo como meta promover
uma redução de 90% na incidência e uma redução de 95% na mortalidade por tuberculose até 2035 em comparação
com as taxas de 2015.
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Em 2015, houve no mundo cerca de 10,4 milhões de casos incidentes de TB, sendo 5,9 milhões entre homens, 3,5
milhões entre mulheres e 1,0 milhão entre crianças e 1,8 milhões de mortes
13
. No relatório sobre tuberculose no
Nature Reviews Disease Primers, consta que a tuberculose se encontra entre as 10 principais causas de morte no
mundo, sendo responsável por mais mortes do que o HIV e a malária
13
.
A tuberculose no Brasil também se apresenta como um grave problema de saúde pública, apesar das taxas de
incidência e mortalidade terem caído nos últimos anos. em 2015 o número de casos novos de TB conrmados
representou 63.189. Entre 2005 e 2014, contabilizou-se uma média de 70 mil novos casos de TB e 4.400 mortes
3
.
Nos últimos anos, houve no Brasil uma queda de 20,2 % na incidência de TB e uma redução em 21,4% no índice
de mortalidade de TB, cumprindo as metas internacionais
3
. No entanto, o panorama da tuberculose no Brasil ainda
inspira cuidados, especialmente entre pessoas privadas de liberdade.
3. Ações para o controle da tuberculose
O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) tem como objetivo promover o controle da tuberculose
a partir do acesso universal da população ao tratamento da TB. Para isso, ele garante a distribuição gratuita dos
medicamentos aos portadores de tuberculose e o tratamento diretamente observado a m de garantir a ecácia do
tratamento e diminuir o número de abandono do mesmo
24
.
Contudo, o PNCT é direcionado a população extramuros, ou seja, não tem inuência dentro do sistema prisional. Uma
vez em liberdade, por outro lado, o egresso da prisão em tratamento de TB deve procurar imediatamente o PNCT de
seu município. Para tanto, é de fundamental importância que o ex-prisioneiro tenha em mãos documento, constando
data do início do seu tratamento e demais informações que auxiliem a unidade de saúde a dar continuidade à terapia
17
.
Além disso, segundo o “Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil”
17
, é necessário que
haja um ecaz sistema de comunicação entre as unidades prisionais, uma vez que as transferências de encarcerados
entre elas são comuns. Dessa forma, a unidade receptora deve estar apta a receber um indivíduo que necessite de
tratamento para tuberculose
17
.
O controle da tuberculose no sistema prisional brasileiro, contudo, enfrenta diversos obstáculos como o descaso com
os sintomas por parte dos encarcerados, a restrição de informações que os mesmos obtêm sobre o assunto e uma
priorização da segurança em relação à saúde com uma consequente carência nos serviços de saúde
17
. A realidade
proposta não é a mesma praticada, criando uma discordância que prejudica a detecção e a cura da doença.
Destinado especicamente aos privados de liberdade há a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas
Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) que visa promover uma atenção integral e de qualidade ao
preso e controlar e reduzir os agravos mais frequentes que os acometem
25
. No entanto, apesar da existência de ações
voltadas a garantir a saúde do preso, observa-se que na realidade estas não são seguidas.
4. O Sistema Prisional
A falência da pena privativa de liberdade vem sendo insistentemente discutida e um dos motivos apontados tem
relação com as condições desfavoráveis que a prisão produz. Como aponta Erving Goffman, o ambiente carcerário
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é um lugar impróprio para se conseguir algum efeito benéco ao desenvolvimento ou ressocialização do indivíduo
26
.
A Lei de Execução Penal (LEP) deixa clara a garantia dos direitos dos presos. No entanto, os diversos problemas
observados no sistema prisional evidenciam a grande distância presente entre o proposto pela LEP e o que acontece
na realidade. Desde seu surgimento, as prisões foram marcadas negativamente e, apesar da evolução desse sistema
e do estabelecimento dos direitos humanos, ainda há muito que se mudar.
Para Fiona Macaulay
27
, o sistema prisional brasileiro tem três principais objetivos: proteger o público, incapacitando
os criminosos, puni-los e reabilitá-los. Assim, como Erving Goffman destaca, a prisão passa a ser um lugar impróprio
para se conseguir algum efeito benéco ao desenvolvimento ou ressocialização do indivíduo
26
.
Enfatizando, Machado
26
aponta que as penitenciárias no país vêm se tornando cruéis masmorras, onde se encontram
presos provisórios misturados com condenados, empilhados num espaço físico mínimo, prevalecendo o mais absoluto
caos.
A falta de conança nas instituições de segurança acaba por ser uma realidade entre a população, uma vez que muitos
consideram o cárcere como um local onde os privados de liberdade potencializam suas habilidades criminosas
27
. De
fato, o relatório do Infopen evidencia que a situação carcerária é uma das questões mais complexas da realidade
social brasileira
28
e os diversos problemas atrelados ao cárcere acabam por criar uma visão pessimista sobre a
ecácia da prisão em tempos atuais
26
.
5. A Crise no Sistema Penitenciário Brasileiro e seus Reexos na Saúde da População Intra e
extramuros
De acordo com o art. 196 da Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação
29
.
Contudo, a promoção da saúde não está direcionada apenas à prevenção da doença. A promoção da saúde envolve
fatores como a busca pela qualidade de vida, garantindo que a população viva em ambiente saudável e protegida
contra riscos de adoecimento
16
.
O direito à saúde também é estendido à população privada de liberdade (PPL), no sistema carcerário, e apresenta a
seguinte denição:
Art. 2º Entende-se por pessoas privadas de liberdade no sistema prisional aquelas com idade superior a 18 (dezoito)
anos e que estejam sob a custódia do Estado em caráter provisório ou sentenciados para cumprimento de pena
privativa de liberdade ou medida de segurança
25
.
Em relação à PPL, a Lei de Execução Penal (nº 7.210/1984), no art. 10, garante que a assistência ao preso é dever
do Estado, incluindo os âmbitos: material; à saúde; jurídica; educacional; social; religiosa
30
. E, continua, na Seção III
(Da Assistência à Saúde), no art. 14, determinando que a assistência à saúde do privado de liberdade deve incluir
atendimento médico, farmacêutico e odontológico
30
.
No entanto, as instituições penais apresentam alta incidência de doenças, como tuberculose
7
. E isso cria um sério
problema do ponto de vista epidemiológico ao considerar-se que a doença poderá ser transmitida para a população
extramuros, seja pelas visitas de familiares, seja no momento da soltura do preso
27
.
A alta endemicidade da tuberculose na população prisional parece estar relacionada às condições de vida do indivíduo
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antes de cárcere, como: o baixo nível escolar, o uso de drogas ilícitas e diculdade de acesso ao serviço de saúde
31
.
Além disso, é preciso ressaltar os antecedentes de encarceramento, como a tuberculose prévia e o HIV sendo fatores
que inuenciam a endemicidade
7
.
De fato, Minayo e Ribeiro
32
apontam no estudo “Condições de saúde dos presos do estado do Rio de Janeiro,
Brasil” o grande percentual (50%) de analfabetos entre a população carcerária do estado do Rio de Janeiro. Isso,
consequentemente, leva esse grupo de indivíduos que, em sua maioria é jovem (entre 20 e 39 anos), à trabalhos
pouco estáveis e informais
32
.
Desta maneira, como apontado pelo Infopen, o perl das pessoas presas é majoritariamente de jovens negros, de
baixa escolaridade e de baixa renda
28
e apesar da tuberculose estar presente em todos os níveis sociais, é nas
camadas mais pobres onde se encontra a maior prevalência da doença, o que faz dela um verdadeiro indicador
social
20
.
Somada às condições de vida em que o indivíduo se encontrava antes do cárcere, têm-se as péssimas condições do
próprio cárcere, às quais os prisioneiros são expostos. Segundo Sánchez e Larouzé
33
:
Connar pessoas privadas de liberdade de um país de alta ou média endemicidade de tuberculose (TB) como o
Brasil, em ambientes superlotados e mal ventilados, tem como consequência imediata a amplicação da transmissão
e uma hiperendemicidade neste contexto
33
.
É uma realidade o fato da população privada de liberdade ter diculdade de acesso à saúde, além das precárias
condições higiênico-sanitárias em que vivem. As celas são mal ventiladas e, diferente do proferido pela LEP em que
o estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e nalidade, a superlotação é constante
nas prisões
30
.
Reportagem do portal G1, 2017, apontou a precária estrutura física e higiênica das celas do sistema prisional do Rio
de Janeiro sendo, provavelmente, a causa das dez mortes de prisioneiros nos primeiros dias do ano de 2017. Ainda
a mesma matéria aponta que desses dez presos, sete eram provisórios o que mostra, mais uma vez, a superlotação
como uma das mazelas do cárcere nacional.
“O que acontece no Estado do Rio é que há uma espécie de morte silenciosa. Aqui não há registro de chacinas como
as que aconteceram no Amazonas e em Roraima. Não. Aqui, os presos denham e as condições são péssimas”, diz
o defensor Leonardo Rosa, do Núcleo do Sistema Penitenciário (Nuspen), na Defensoria Pública
34
.
Em um dos seus estudos, Minayo e Ribeiro destacam que a superlotação dentro dos cárceres do estado do Rio de
Janeiro é acentuada pelo ócio dos prisioneiros
32
. Os mesmos relatam a revolta que sentem pela falta de atividades
disponíveis a eles, o que vai contra à garantia da atribuição de trabalho e sua remuneração como direito do preso30.
A questão da superlotação no sistema penal nacional é conrmada ao analisar o número da PPL no Brasil. O Brasil
conta com mais de 600 mil encarcerados em todo o território nacional, o que não é compatível com as quase 377 mil
vagas disponíveis no sistema prisional. Sendo assim, um décit de 231.062 vagas e uma taxa de ocupação que
ultrapassa 100%
28
.
Segundo o Infopen, o Governo Federal investiu, nos últimos anos, mais de R$1,1 bilhão para a construção de vagas
para o sistema prisional
28
. De fato, a Lei de Execução Penal (nº 7.210/1984), em seu artigo 88 assegura que o
condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório
30
.
No entanto, existem cerca de 300 presos para cada cem mil habitantes no país e em um espaço concebido para
custodiar 10 pessoas, existem por volta de 16 indivíduos encarcerados
28
. Além disso, apesar das condições precárias
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do cárcere, cada indivíduo privado de liberdade gera um alto custo para o governo. O custo médio para providenciar
uma nova vaga na prisão é em torno de quinze mil reais e o custo mensal para manter essa pessoa na prisão é de,
pelo menos, oitocentos reais
27
.
Analisando o Mapa do Encarceramento é possível observar que o número de pessoas privadas de liberdade vem
aumentando ao longo dos anos. Entre os anos de 2005 e 2012 houve um aumento de 74% da população encarcerada
no Brasil, passando de 296.919 para 515.482 presos
35
. Comparando-se esses dados com o quadro atual, destacado
pelo Infopen
28
, nota-se um aumento de 18% de encarcerados em apenas 2 anos.
A superlotação ainda traz mais um agravo quando se considera a falta de classicação dos presos nas celas.
Observa-se, então, que em uma mesma cela encarcerados das mais diversas classicações, que cometeram os
mais diversos crimes e em diversos estados de saúde
36
. Esse fato não condiz com o art. da LEP que arma que
os condenados serão classicados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização
da execução penal
30
. Mais uma vez, ca clara a discordância entre a lei e as práticas realizadas no sistema prisional
brasileiro.
Contudo, essa não é uma realidade restrita ao território nacional. O Brasil apresenta a quarta maior população prisional
do mundo, sendo superada apenas por Estados Unidos, China e Rússia. Com relação à taxa de condenação, o Brasil
se apresenta com a quinta maior taxa. Segundo o ICPS- International Centre for Prison Studies
28
, no mundo há cerca
de 3 milhões de indivíduos presos antes de sentença condenatória denitiva, provisoriamente, identicando-se a
tendência de um aumento crescente nesse quadro.
No Brasil, cerca de 41% da PPL permanecem presas sem terem recebido julgamento. A população de privados de
liberdade em situação provisória no país é de cerca de 222.190 pessoas, o que coloca o Brasil em 4º lugar nessa
classicação. Esse alto índice de presos provisórios acaba sendo um fator extra à superlotação no sistema prisional
nacional, aumenta o número de indivíduos sujeitos às condições insalubres do cárcere e contribui para o aumento do
custo destinado a esse sistema
28
.
Segundo Fiona Macaulay
27
, outra importante questão a se considerar é o fato de existirem presos provisórios detidos
em carceragens de delegacias que esperam um longo período por uma vaga em presídio. Esses locais não são
adequados ao cárcere, mas mesmo assim os presos acabam por permanecer ali cumprindo suas sentenças e criando
mais um quadro de superlotação
27
.
Para reportagem do portal R7
37
, a diretora do Instituto Igarapé arma que a presença dos presos provisórios é um o
problema que deve ser solucionado.
Ou as pessoas devem car presas ou devem estar soltas, mas, por favor, façam uma força tarefa para julgá-las.
Porque sabemos que, num ambiente onde há um grande número de presos provisórios, alguns vão ser soltos
37
.
A diretora ainda ressalta que a superlotação é agravada pela presença de presos provenientes de crimes de naturezas
diversas, uma vez que a priorização para o encarceramento deveria ser aos crimes hediondos.
Não é questão de impunidade, é questão de a gente saber que a privação de liberdade é fato para pessoas que
são perigosas para a sociedade e a gente está invertendo. Porque lá dentro tem pouca gente que cometeu crime
violento
37
.
Essa análise mostra que a situação no sistema prisional brasileiro é grave. E isso só contribui ainda mais para o
desenvolvimento e disseminação da TB. De fato, dados mostram que a população dos presídios brasileiros apresenta
maior risco de exposição aos bacilos de TB, de infecção e estabelecimento da doença quando comparada à população
em geral.
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Apesar das tentativas em utilizar o aprisionamento como último recurso, o desencarceramento no Brasil ocorre de
forma lenta
27
. Em uma comparação entre os quatro países com maior população prisional no mundo foi possível
identicar que diferente dos EUA, China e Rússia, os quais estão reduzindo a taxa de encarceramentos, o Brasil
apresenta taxa crescente de superencarceramento e a estimativa é que em 2018 o Brasil ultrapasse a Rússia em
números de PPL
28
.
O Entre 1990 e 2014, observou-se no Brasil um aumento de 575% da população privada de liberdade. A partir dos
anos 2000 o número de encarcerados no país cresceu em média 7% ao ano, totalizando um aumento dez vezes
maior que o crescimento da população brasileira que obteve uma média de 1,1% ao ano. Se esse quadro se mantiver,
estima-se que em 2022 a população privada de liberdade será de um milhão de pessoas e que em 2075 para cada
dez indivíduos um estará em condição de encarceramento
28
.
Felizmente, análise feita pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose mostrou queda na incidência da TB no
sistema prisional brasileiro entre 1990 e 2015. No entanto, ainda evidencia-se uma maior incidência de TB entre a PPL
do que entre o restante da população.
Em relação ao percentual de cura de TB no sistema prisional, observa-se que a média brasileira é de 73,5%. Um dado
animador ao se considerar as unidades prisionais como um todo. No entanto, o estado Rio de Janeiro que apresenta
uma signicativa PPL apresenta apenas 32% de cura de TB. Além disso, é importante ressaltar que o sistema de
detecção de tuberculose no sistema prisional nacional ainda é falho e o número de doentes possivelmente é superior
ao reportado pelo PNCT. Sendo assim, esses dados provavelmente não condizem com a realidade, podendo o índice
de mortalidade por TB no cárcere ser pior do que o reportado. De fato, em reportagem do G1, o sistema penitenciário
do Rio de Janeiro relatou 442 mortes entre 2010 e 2016, sendo que 248 ocorreram por doenças
34
.
No entanto, não se pode esquecer que há ligação direta entre a tuberculose no sistema prisional e a tuberculose
na sociedade externa ao cárcere
38
, uma vez que de acordo com as Normas e Princípios das Nações Unidas sobre
Prevenção ao Crime e Justiça Criminal, o preso tem direito de se comunicar com sua família e amigos, assim como
receber visitas dos mesmos
39
o que está de acordo com o inciso X do artigo 41 da LEP que diz visita do cônjuge, da
companheira, de parentes e amigos em dias determinados
30
.
Ainda de acordo com reportagem do G1 Rio, para os quase 51 mil presos do sistema, há 80 mil pessoas cadastradas
para visitas, no Rio de Janeiro
34
. Sendo assim, a transmissão de TB não se dará apenas entre os presidiários, como
também para os funcionários dos presídios, familiares dos encarcerados e, consequentemente, para a população
externa ao cárcere. Este quadro cria um ciclo, onde se a transmissão não for contida no reservatório prisional ela se
propagará para toda a população. Contudo, são poucos os estudos destinados à comparação entre a epidemia de TB
no cárcere e na sociedade externa a ele
38
.
Em uma pesquisa realizada por Sacchi et.al.
38
, analisou-se a relação entre o desenvolvimento de TB no encarceramento
e na população em geral da cidade de Dourados-MS, em um período de quatro anos. Dourados apresenta uma
população de aproximadamente de ≈177.160 pessoas, dos quais 1.500 são presos e, durante esse período de quatro
anos, observou-se que 25% dos casos de TB ocorreram entre os prisioneiros que, por sua vez, representam <1%
da população geral. O estudo ainda identicou que os ex-prisioneiros tinham 23% mais casos de tuberculose do
que a população em geral e sugere-se que sua infecção tenha tido início durante o período do cárcere, pois os
mesmos foram diagnosticados nos primeiros 2 anos após a libertação. O teste de tuberculina realizado na linha de
base constatou uma baixa positividade (7%) entre os recém-encarcerados o que evidencia, mais uma vez, que a
transmissão de TB se deu dentro da prisão.
Esses autores concluem que os achados sugerem que as prisões servem como grandes reservatórios de TB para
a população em geral
38
. Além disso, também é importante destacar que há uma carência no serviço de saúde em
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presídios brasileiros e, com isso, o diagnóstico e tratamento da doença não são feitos de forma efetiva. Somado a
isso, outro fato que diculta o controle de TB nos presídios é a grande mobilidade dos encarcerados entre as unidades
prisionais, o que interrompe o tratamento, sem a garantia de que o mesmo terá uma continuidade na nova unidade
de cárcere
6
.
Minayo e Ribeiro
32
avaliaram as condições de vida dos presos do Rio de Janeiro a partir do relato dos mesmos.
Durante o estudo, os presos reclamaram acerca do mau atendimento por parte dos prossionais da saúde, sobre a
humilhação a que estão sujeitos durante o seu transporte para fora da prisão em casos de necessidade de demanda
médico ou judicial, sobre os maus tratos e sobre a alimentação precária
32
. Todos esses fatores contribuem para que
os encarcerados não procurem o diagnóstico e nem relatem eventuais problemas médicos.
O estudo sobre a superpopulação encarcerada e sobre as más condições higiênico-sanitárias evidencia o precário
quadro atual do sistema prisional brasileiro e o grave problema de saúde pública relacionado à alta incidência de
tuberculose entre a PPL. Dessa forma, é necessário analisar os programas e metodologias de controle de TB entre a
população privada de liberdade para chegar-se ao real panorama da tuberculose no sistema prisional.
Conclusão
A despeito de melhoras signicativas na incidência da doença no Brasil, a tuberculose no sistema prisional ainda é cerca
de 31 vezes superior à noticada na população em liberdade. As pessoas privadas de liberdade ainda se encontram
entre as populações mais vulneráveis à doença, equiparando-se àquelas que vivem com HIV. Isso evidencia o sério
problema de saúde pública que é a TB, uma vez que o Brasil conta, atualmente, com mais de 600 mil encarcerados e
com uma das taxas de aprisionamento mais alta do mundo.
Diante dessa crescente expansão da população privada de liberdade e das precárias condições a que ela está
exposta, ca clara a necessidade da realização de novos estudos sobre a tuberculose no sistema carcerário, assim
como a criação de ações que promovam a humanização dos privados de liberdade e dos funcionários do sistema
prisional, sobretudo na esfera da saúde.
Deve-se enfatizar que a população intramuross não está completamente isolada, tornando-se fonte de transmissão
da tuberculose para o restante da população, através de visitas, transferências e contato com os prossionais do
presídio. Dessa forma, a garantia do acesso aos direitos do preso promoverá a melhoria de vida não só no cárcere,
mas da população em geral, diminuindo o estabelecimento e propagação de doenças intra e extramuros e auxiliando
no processo amplo de ressocialização do prisioneiro.
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