
© 2017. Asociación Costarricense de Medicina Legal y Disciplinas Afines
Medicina Legal de Costa Rica - Edición VirtualVol. 34 (2), Setiembre 2017. ISSN 1409-0015
os bacilos de TB em forma de aerossóis ao falar, tossir ou espirrar. Dessa forma, a TB não é transmitida por apertos
de mão, compartilhamento de alimentos ou bebidas, utensílios de cozinha, contato com roupa de cama e sanitários
ou pelo beijo
8,14
.
O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse persistente, podendo ser seca ou produtiva, com expectoração
purulenta ou mucoide, com ou sem sangue
15
. Sendo assim, recomenda-se investigar todos os casos de sintomatologia
respiratória por três semanas ou mais, febre vespertina, entre outros sinais e sintomas iniciais característicos de TB
15
.
Para o perfeito diagnóstico, o paciente deve ser encaminhado para o exame bacteriológico e radiológico
16
. Também
são analisados possíveis contatos do indivíduo com portadores de tuberculose, história de tratamento anterior para
a doença e o enquadramento a um dos grupos de risco para o desenvolvimento da doença
17
. Sendo assim, para o
ecaz controle da tuberculose na sociedade é necessário realizar um diagnóstico rápido e precoce, devendo ter alta
sensibilidade, alta especicidade e alto valor preditivo positivo
16
.
No ambiente prisional, a prioridade é a busca dos casos bacilíferos a partir da persistência de tosse pelo encarcerado
por mais de duas semanas. Contudo, para que se haja um eciente controle e redução da tuberculose nesse meio
é necessária a realização de busca no momento do ingresso e também buscas ativas periódicas, com o objetivo de
diminuir a fonte da infecção
17
. Nos casos de TB ativa conrmada no cárcere, indica-se a procura pelos contatos com
o objetivo de detectar outros possíveis casos de TB ativa e interromper a cadeia de transmissão
17
.
A tuberculose pode ser completamente curável, mas para que isso ocorra, o paciente deve seguir com o tratamento
até o m e ser responsivo aos medicamentos de escolha
18,19
. Dessa forma, um dos motivos para o alto índice de
mortalidade por TB seria a falta de adesão do paciente ao tratamento, o que também aumenta o índice de incidência
e o aparecimento de bacilos multirresistentes
18
.
O tratamento da tuberculose envolve medicamentos de primeira e de segunda escolha e dura no mínimo 6 meses,
podendo perdurar por até 2 anos em pacientes com resistência aos medicamentos
19,20
. Após 15 dias de tratamento,
o paciente passa a ser considerado não infectante começando a sentir a melhora dos sintomas. Essa é, muitas
vezes, a causa do abandono do tratamento, uma vez que o indivíduo acredita já estar curado. Essa ação provoca o
reaparecimento dos sintomas da doença e o paciente volta a ser transmissor dos bacilos
19
.
Outro grande problema relacionado à TB é o estado de coinfecção, no qual o indivíduo apresenta duas ou mais doenças
concomitantemente. Esse quadro, em HIV positivos, pode se tornar alarmante, considerando-se a possibilidade do
sistema imunológico apresentar-se ainda mais debilitado
21
.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 5 a 15 % dos 2-3 milhões de infectados por TB irá
desenvolver a doença ao longo de sua vida. No entanto, a probabilidade de desenvolver TB é maior entre os indivíduos
coinfectados pelo HIV22. Em 2015, houve no mundo 1,2 milhões de casos novos de coinfecção TB-HIV e 0,4 milhões
de mortes entre os indivíduos soropositivos
22
. No Brasil, ainda em 2015, dos apenas 68,9% casos novos de TB que
foram testados para HIV, 9,7% corresponderam-se a pessoas com a coinfecção TB-HIV3.
A coinfecção TB-HIV causa grande impacto na mortalidade por AIDS e por tuberculose no Brasil e de acordo com a
OMS, em 2011, as pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA) apresentam cerca de 21 a 34 vezes mais chances de
desenvolver tuberculose ativa do que a população geral
23
. Dessa forma, preconiza-se realizar, independentemente da
conrmação bacteriológica, o teste rápido anti-HIV em todas as pessoas com tuberculose
15
.
De forma geral, a partir dos anos 1993, a OMS passou a considerar a tuberculose como uma emergência global
e, desde então, algumas ações foram criadas a m de combater a propagação da doença. Atualmente, o Global
Tuberculosis Report de 2016 apresentou duas novas estratégias para a eliminação de TB tendo como meta promover
uma redução de 90% na incidência e uma redução de 95% na mortalidade por tuberculose até 2035 em comparação
com as taxas de 2015.