lctus vascular na Península Ibérica
 

V Oliveira*, J Matias-Guiu, T Pinho e Melo*, A Sabin, J Ferro* e Investigadores do Estudo TACIP
*Serviço de Neurologia, Hospital de Santa Maria, Lisboa, Portugal
Tel/Fax.- 351 21 7957474 - E-mail: voliveira98@hotmail.com


Introdução

Os ensaios clínicos multicêntricos envolvem geralmente doentes de vários países. Não obstante os critérios de inclusão homogéneos, podem existir diferenças atribuíveis a especificidades geográficas. Estas possíveis diferenças não são geralmente referidas.

Métodos

Consideraram-se as características basais (idade, sexo, factores de risco cardiovasculares, tratamento antitrombótico prévio e evento que determinou a inclusão) de 2107 doentes com história de AVC isquémico, incluído no estudo TACIP (Triflusal Aspirin Cerebral Infarction Prevention). Este estudo foi conduzido em Portugal e Espanha entre 1996-1999.

Resultados

Dos doentes incluídos, 1587 (75,3%) eram espanhóis e os restantes 520 (24,7%) eram portugueses. Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas entre estes dois grupos no que respeita a diversas variáveis: consumo de álcool e hipertensão arterial, que era mais elevada nos portugueses. O tabagismo, diabetes mellitus e tratamento antitrombótico prévio, era mais frequente nos espanhóis. Quanto ao evento vascular que determinou a inclusão, verificou-se maior número de AIT nos espanhóis e mais AVC estabelecidos nos portugueses. Existiram mais AVC corticais nos espanhóis e mais lacunares nos portugueses.

Não se encontram diferenças estatisticamente significativas no que respeita a sexo, existência de dislipidémia ou evento vascular prévio (AVC isquémico, AIT, hemorragia cerebral, angor, e enfarte do miocárdio) bem como cirurgia arterial.

Conclusão

No estudo (TACIP) encontram-se diferenças entre os doentes incluídos conforme a nacionalidade portuguesa ou espanhola. Tal facto poderá ser devido a características sócioeconómicas, culturais bem como influências dietéticas.